terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

QUARENTA 🌹

 Oi,


Eu não poderia deixar este dia tão simbólico passar despercebido...

Aliás,  são 4 décadas de vida, que mescla um lado autêntico e um mais artificial.

O primeiro (focarei nele) é o que guia  meu propósito, meu esforço e minha voz.

Com ele custei a descortinar os tecidos que forravam meus olhos de certezas.

Foi quando entendi que mais do que posses é preciso autonomia, senso de pertencimento e qualidade.

Mudei, então, o olhar... Projetei minha intimidade para fora ao distribuir – de forma intuitiva – os papéis que performo.

Todos os que meu corpo abriga, orienta, cuida e compartilha;

Todos folheados a medida que saboreio mais uma página dessa nova leitura.

Afinal, faz tanto sentido aceitar minha ousadia como freio para covardia.

Isto transporta a autoestima para espaços vazios sem complexos cheios.

E é aí que ocupo uma vaga na garagem da coragem, onde estaciono medos sem abastecê-los.

É, hoje faço 40 e me celebro como uma ode a vida, como um louvor ao dia presente e as minhas versões mais salutares, emocionadas e simples.



















sábado, 9 de dezembro de 2023

E a terapia segue em dia

O que é uma lágrima para você? Minha sobrinha de seis anos se formou e eu, alegre, chorei igual quando ela nasceu. Senti saudades de coisas, pessoas, eventos e, nostálgica, chorei outra vez. Hoje, meu encanamento emocional goteja lágrima por lágrima, como um vazamento de emoções no cano da alma que precisa ser observada. Chorei bonito. E depois do choro veio a brisa do alívio por conseguir por para fora. Coloquei conforto e desconforto abraçados, daí senti que poderia mergulhar neles e desbravar sentimentos. Como diria uma ex terapeuta: é importante perceber que emoção que vem. Observando detectei um pingo de alegria, outro de tristeza, outro de surpresa e alguns mais essenciais. Entrei em contato com este momento e fui ao encontro da força que emana da minha vulnerabilidade, onde me permito esvaziar, amadurecer e alegrar por isto. Não estou acostumada com esse misto de sensações, porém curti a experiência de validá-las sem me punir. Este foi o ápice do meu dia: acolher meus afetos colhidos com toda sensibilidade, satisfação e um amor esculpido no bojo desses aprendizados.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Pensando aqui...

Dizem que meus textos são bonitos, mas meu português é horrível. Desentendo. Incompreendida (risos), escrevo como um arauto que avisa aos seus dos riscos. A diferença? Meu brado é o amor!

E eu não falo do amor que alguns equiparam com honra, que outros provam e comprovam ser um manifesto, amor que se mede ou não na reciprocidade; não falo deles. Não agora, não com essas palavras.

Na minha fórmula de amar atual há solitude, um ruído na intimidade do silêncio e uma voz no acolhimento de outras salvaguardas pela coragem.

Este é o meio que encontrei de existir: observar. E tem horas que vejo uma vida redondinha igual uma mesa sem quinas; outras eu vejo os pulos no vai-vem do coração elástico com suas inquietações... Daí, no dorso das palavras sustento até o final da espiral as letras que me tecem.

Escrevo e, às vezes, compartilho, outras guardo. Hoje, distribuo um compilado de afetos que me consome, como a certeza de que o amor cuida da gente no manejo e nos detalhes de cada relação.



segunda-feira, 20 de março de 2023

Sem frear seus sinais

Escrever é algo tão visceral que meus textos espalham alguns segredos. Neles articulo o que troco, elaboro e leio.

Dou andamento as palavras para não estagná-las, e alinho afetos expostos em frases bem nutridas e reais.

Em um parágrafo combino o que sei com o que é preciso para alimentar a esperança e rechaçar preconceitos.

Minha obra é a mistura do que aprendo com o que revelo aos que me inspiram e eu inspiro – sem frear seus sinais.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O esboço de toda a minha gratidão.


O ano voou? Revoei e escrevi. Pus meu lado avoado para alar e senti com a velocidade das palavras o disparo da vida. Logo, quando houve a reação veio a redação. E embutida nela está como eu reajo a visita de vocês. Onde alguns veem números, vejo leitores, vejo aqueles que me confirmam e me inspiram. Daí, não teria como ser diferente, neste texto contém o esboço de toda a minha gratidão, cuja forma final desconheço, mas, caminho para encontrá-la. Obrigada, a você que é meu conterrâneo e vive aqui ou em outro país, a você que não é brasileiro e me acompanha da sua terra natal ou onde mora e é seu lar. Seja qual for sua localização, estejam seguros, sobretudo – firmados a um amor potente e abrangente repleto de saúde, empatia e paz.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

O dia que andei para trás

Com a técnica da vida desprovida de assistência além da revelada na prática, os anos andam sem teoria para embasá-los. E isto não é ruim, apesar de não haver um manual ou tese para maturidade; há escuta, lições, diálogos e até fracassos. Talvez o sucesso do envelhecimento dependa um pouco de conter a frustração para poder elaborar a experiência. Aqui, o tempo não é invalidado por passar e sim legalizado. 

Quanto a isto, as olheiras de molho sob meus olhos sustentam olhares admirados: os que me encantam com o efêmero do momento suspenso pela sua intensidade e foco. Assim aprecio os detalhes – que aproximam ou esnobam quem supõe dar conta de uma "pseudo" paixão desfeita pelo impacto da distância.

Constatei esta máxima ao dar dois passos atrás para sinalizar minha indisposição a um flerte. Não por desinteresse e sim pelo susto. O inesperado, às vezes, me surpreende outras me espanta – gera um estranhamento parecido com repulsa, só que não é. Afastar pode sinalizar inclusive cuidado. Reconhecê-lo é uma forma de emancipação dos meus afetos neste contexto de descoberta – depois de uma temporada quase intacta, recuo sem julgar-me por crescer devagar, todavia, madura e bem ousada.





domingo, 27 de novembro de 2022

Espelhos

Nunca sediei dentro de mim os assédios que sofri – foram eles escritos ou despejados na escuta dos terapeutas (pessoas essenciais tem horas). Se hoje compreendo que em certo grau todo mundo pode ter uma postura tóxica e abusiva meu parâmetro comportamental são as críticas que teci as minhas próprias experiências. E dá-lhe autoperdão e perdão.


Certas relações, as mais complexas, me condicionaram para o simples que habita em todos (e sem querer, de vez em quando, saio do meu – risos). Não fico por aí lixando as pessoas, vivi o suficiente para saber que custa muito quando  tentam arranhar sua imagem, isto é, pelo fato de te levar a extrair do seu caminho quem obstrui e perverte ele; normalmente um desafeto que um dia você – como eu – amou e estimou. É aquele velho adeus que a gente dá cravado no desapego e indiferença repentina. Sabe?!

Não tem como customizar uma verdade, porque ela vira uma mentira. Assim como isto é revelador, revela desamor. Aliás, mesmo a omissão mais honesta – e bem intencionada –  vaga entre a sabedoria e o engano. Falo daquilo que a gente esconde no desdém que, às vezes, demonstramos.

É muito cômodo ser fútil, a futilidade compõe a vaidade de quem ignora sua contribuição a seus relacionamentos ao se eximir da responsabilidade e coautoria de uma resenha afetiva que não se narra só; pelo contrário, alinha-se ao coração do outro ligado a válvula do amor em dois (ou mais). 

Não objetivo persuadi-lo ao carinho comedido; esta é uma ode ao respeito sem parcimônia – aqui o convido a se respeitar sem despeito e o convoco a jamais desrespeitar os demais; no meu ver, apesar de distintos, somos espelhos e mostramos o mundo (com o qual nos comprometemos) fora e dentro de nós.