segunda-feira, 31 de maio de 2021

Para falar "adeus" sem culpa

A grande pedida da despedida é o fim. Pois, o bem cruzado com o mal afasta a calma do início.  A tensão só estabiliza quem vibra com ela, os imóveis se desequilibram e caem. A queda é dolorida e apavorante. Partir só agrada quem vai ou foi e olha lá.

Ninguém quer abrir a mão e fechar os olhos se não houver presentes. Não há dádiva que embale o choro para viagem, já que quem sente se ocupa das lágrimas. São as lições pelas pistas que amenizam os suspiros e quando a liberdade emerge não colocamos impedimento ou culpa (amém). O seu saudosismo não se iguala ao dos demais e isto é único.

...Toda saudade compila a presença do ausente – retratos vociferam histórias sem vozes...

Fazemos parte do passado de quem nos perpassou e se atravessamos caminhos desiguais é por não sermos tão iguais como esperávamos. Aliás, procuramos nas nossas vicissitudes a raiz da evolução geográfica e social, todavia, encontramos nelas a origem da emocional – seja para falar adeus sem ciúmes ou celebrar o ciclo amistoso de uma paz madura e fértil, o que é bom também.