sábado, 9 de dezembro de 2023

E a terapia segue em dia

O que é uma lágrima para você? Minha sobrinha de seis anos se formou e eu, alegre, chorei igual quando ela nasceu. Senti saudades de coisas, pessoas, eventos e, nostálgica, chorei outra vez. Hoje, meu encanamento emocional goteja lágrima por lágrima, como um vazamento de emoções no cano da alma que precisa ser observada. Chorei bonito. E depois do choro veio a brisa do alívio por conseguir por para fora. Coloquei conforto e desconforto abraçados, daí senti que poderia mergulhar neles e desbravar sentimentos. Como diria uma ex terapeuta: é importante perceber que emoção que vem. Observando detectei um pingo de alegria, outro de tristeza, outro de surpresa e alguns mais essenciais. Entrei em contato com este momento e fui ao encontro da força que emana da minha vulnerabilidade, onde me permito esvaziar, amadurecer e alegrar por isto. Não estou acostumada com esse misto de sensações, porém curti a experiência de validá-las sem me punir. Este foi o ápice do meu dia: acolher meus afetos colhidos com toda sensibilidade, satisfação e um amor esculpido no bojo desses aprendizados.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Pensando aqui...

Dizem que meus textos são bonitos, mas meu português é horrível. Desentendo. Incompreendida (risos), escrevo como um arauto que avisa aos seus dos riscos. A diferença? Meu brado é o amor!

E eu não falo do amor que alguns equiparam com honra, que outros provam e comprovam ser um manifesto, amor que se mede ou não na reciprocidade; não falo deles. Não agora, não com essas palavras.

Na minha fórmula de amar atual há solitude, um ruído na intimidade do silêncio e uma voz no acolhimento de outras salvaguardas pela coragem.

Este é o meio que encontrei de existir: observar. E tem horas que vejo uma vida redondinha igual uma mesa sem quinas; outras eu vejo os pulos no vai-vem do coração elástico com suas inquietações... Daí, no dorso das palavras sustento até o final da espiral as letras que me tecem.

Escrevo e, às vezes, compartilho, outras guardo. Hoje, distribuo um compilado de afetos que me consome, como a certeza de que o amor cuida da gente no manejo e nos detalhes de cada relação.