segunda-feira, 31 de maio de 2021

Para falar "adeus" sem culpa

A grande pedida da despedida é o fim. Pois, o bem cruzado com o mal afasta a calma do início.  A tensão só estabiliza quem vibra com ela, os imóveis se desequilibram e caem. A queda é dolorida e apavorante. Partir só agrada quem vai ou foi e olha lá.

Ninguém quer abrir a mão e fechar os olhos se não houver presentes. Não há dádiva que embale o choro para viagem, já que quem sente se ocupa das lágrimas. São as lições pelas pistas que amenizam os suspiros e quando a liberdade emerge não colocamos impedimento ou culpa (amém). O seu saudosismo não se iguala ao dos demais e isto é único.

...Toda saudade compila a presença do ausente – retratos vociferam histórias sem vozes...

Fazemos parte do passado de quem nos perpassou e se atravessamos caminhos desiguais é por não sermos tão iguais como esperávamos. Aliás, procuramos nas nossas vicissitudes a raiz da evolução geográfica e social, todavia, encontramos nelas a origem da emocional – seja para falar adeus sem ciúmes ou celebrar o ciclo amistoso de uma paz madura e fértil, o que é bom também.









domingo, 23 de maio de 2021

Resolvi paragrafar


 Eu li uma crônica hoje que falava sobre escrever e resolvi paragrafar sobre colorir. Porque um dia a aquarela da minha vida perdeu a cor e eu vi o arco-íris se dissipando. Não quero isto para ninguém. Uma pessoa desbotada se afoga nas profundezas da confusão.  



Quando encontrei essa bandana – simbólica para toda uma comunidade, apesar de não ser sobre isso que escrevo – lembrei de quando eu tinha aversão pelas cores; de como o vermelho ardia, o amarelo irritava, o azul incomodava, o roxo aguniava e mais cores me angustiavam. Isso, de certa forma, fugia do escopo até da ciência... 


Que bom que profissionais bem intencionados me ajudaram; e que bom que tonalizei minha vida outra vez. Sozinha seria inviável. Eu só compartilho um pouco do que vivi, anos atrás, para falar que a vida é um dégradé de momentos que se abrem e fecham com as chaves da esperança e desesperança, juntinhas no mesmo chaveiro; e que, às vezes, ao perdê-las as encontramos na boa fé do outro – em uma cópia reserva chamada confiança. 


 Por isso, se cuidem. Estamos em pandemia, mas ninguém precisa viver um pandemônio físico e emocional. Caso precise de ajuda , não se acanhe em procurar. Você é a pessoa mais importante da sua vida e vale todo cuidado com sua saúde. 

sábado, 8 de maio de 2021

Você

...Que cantarola o amor sem cifrá-lo,

(com afeto a granel moído em paz).

Que nos alimenta ao poetizar seu doar;

Que pesponta as fissuras passionais;

Que é solar do amanhecer ao anoitecer

(e chuvosa ao se debulhar em louvor);

Que transforma problemas em poemas,

Que um dia era só filha, outro já era mãe,

Que faz com sua sina as melhores rimas,

Que é bálsamo, cura, estrada e lições...

A você

... Todo meu carinho neste textinho,

Cheio de afeto, razão e pura gratidão!

Mãe,

Quando você era só poesia... o olho de Deus brilhou quando te leu;

E quando foi música... Ele se encantou quando te ouviu;

Quando virou dança... Deus se empolgou, então, dançou e se divertiu;

E quando Ele a criou, foi generoso e te compartilhou...

Você que é bondosa de nascença e bonita também: é memória da música, poesia e dança que inspirou Deus.

Mesmo sendo arte escolheu ser labor e trabalhou como sempre, como nunca...

Foi e é ge(re)nte da gente. Espalhou com sua organização sua coerência (um arranjo divino em meio ao caos e desarranjo humano com sua paz).

Esta declaração é para agradecer a Deus pela melhor poesia dele: você, mãe – um esboço fiel versado no céu.