domingo, 10 de abril de 2022

Anoitecida

Eu, às vezes, anoiteço quando o sol raia. De vez em quando, amanheço solar, mas, constantemente desperto e não acordo aquilo que dormita ao longo do dia. Levantar? Levanto! Sou craque em soerguer sonhos. Minha vaidade onírica não pede realização, pede ponderação. Sofro o impacto das emoções que sirvo, não costumo assimilá-las sem peneirá-las. Dos crivos que me filtram sou o mais ligeiro e se me julgo forte é pelo silvo da fraqueza ligado desde sempre. Como sei que o assobio do fracasso apita a derrota, desconheço outro alarme do sucesso que não a vitória – a conquista de si próprio; do seu território interno. Sou, assim, o cochilo bordado às margens do sol; a tarde estrelada em meio a um lual; o solo refém do tempo e seus contratempos!