Eu poderia até ser, só que não sou:
O lócus da curiosidade sexual,
O palanque epistemológico do amor,
Um abrigo para novos intelectuais,
A linha entre vencedores e impostores,
A base cultural do meu querido Goiás.
Não ocupo esse lugar tão popular.
Fui cativada pelo anonimato,
Fiz minha boca de cofre
E meu ouvido de relicário.
Minhas ideias não engaveto,
Exponho elas em notas com e sem papo,
Não faço outra coisa senão explicá-las;
Nessas palavras há letras desencalhadas;
No altar das frases há verbos livres,
Linhas soltas e dedos (im)pressionados.
Eu vôo em um céu de comunicados que alinho escrevendo mensagens e recados.
Sou a legítima anônima feliz;
Rodeio a margem da doçura e brinco,
Admirada com a imponência de um nariz.