quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Caro poeta,

Quando achei na identificação um fio condutor para lição procurei sua mentoria.

Queria seu aval nada passional sobre a artéria da alma ligada a poesia.

Cometi um equívoco ao procurá-lo, sei disso...

Mentores não veneram as dores dos amadores e eu não passo de uma neófita na escrita.

Descobri isto ontem quando a lábia se fez tinta na história de boteco que – sem ver – eu escrevia.

Parecia um encontro onde me desencontrei pelas muitas narrativas.

Com as palavras em linhas sou boa, mas, ao vivo as desalinho em corações ao parti-los.

Não sei se me deixar levar, dentro desse leva e traz, ajuda alguém no trânsito da fofoca. 

Então, quando eu penso que achei meus pares atento-me aos fantasmas em comum;

Sombras, remotas, evocadas pela lembrança potente e efêmera de um amor confuso.

Engraçado que fantasias antigas só me assombram quando velhos discursos me cativam.

Não sou espadachim e sim escudeira preparada para defensiva de minhas próprias armadilhas.

Para atacar uso a rima e para defender-me a rebobino para combiná-la com minha sina.

E viva os pretextos que viram textos, não sei se sair – vamos rimar? – do contexto é ruim.

Há uma força pretérita no presente experienciada para que o futuro ganhe vida na hora dele.

Coube-me – para isto – arrumar a bagunça discursiva alojando na memória novas histórias;

Separando criador e criatura das suas obras e ligações mais íntimas e nada profícuas.

E como fazer isto tudo sem iludir-me que todos são lúcidos e felizes?

Haja discernimento, pois a sabedoria segue reclusa e a curiosidade viva.