quarta-feira, 7 de julho de 2021

Apesar de íntimos

 Não gosto desse jeito intrometido que induz a gente a acreditar que somos compatíveis sem sermos recíprocos. Quando a intimidade é compartilhada e mútua, ainda vai... como a ida que compõe a vida e faz desse cruzar de ciclos interessante... quando não, ela equivale a invasão confusa de uma liberdade excessiva, lúdica e exaustiva. Isto, que fique claro, sou eu apegada a minha memoria não declarativa que dá noticia pelas mil poesias – que escrevi – daquilo que aprendi e transfiro pelos bons frutos que colhi/colho. É preciso desmantelar as juras de amor para amar sem ilusões vigentes.  Nunca foi proibido sonhar com o improvável, mas não é recomendado esquecer do possível. Como o esqueleto da ciência o da nossa alma deveria estruturar isto que é da ordem do viável. Essa é a beleza dos afetos derramados sem mágoas: a possibilidade que eles têm de tirar, das más águas, quem se afunda no outro sem mergulhar em seus receios. Isto nos instiga a nadar na nossa intimidade para de forma amigável sermos livres sem entrarmos onde não há abrigo; isto nos compele a sermos cada vez menos invasivos apesar de íntimos.