Houve um período em que relutei ser só um número, hoje não
mais. O mesmo número pode ser diminuído, mas somado e apesar de dividido se
multiplicar. Na matemática da vida a gente dobra, triplica, dizima, zera...
Existe um cálculo dentro dos sentimentos que efetuamos em conjunto ou não. Às
vezes, somos ímpares, outras somos pares. Enquanto cifras mensuramos tamanho,
volume, largura, abrimos e fechamos espaços – estamos abaixo do ponteiro vendo
o tempo passar de camarote. Participamos de um todo mesmo quando fracionados
(matemáticos não me julguem, apenas uso de metáforas). Nossa visão de mundo
depende muito da nossa perspectiva. Em que ângulo você está neste instante?
Estou a 360°. Agora escrevo uma alegoria, em seguida a descrição de uma foto e
amanhã circularei tudo de novo ou ao contrário. E se eu amanhecer diminuída
posso parear-me com quem soma e elevar meu ânimo a décima potência ou refletir
no resultado das minhas escolhas que totalizei até aqui. Não se chega a uma
solução sem números. A vida é uma incógnita e isso não precisa ser desgastante.
Tudo bem se atualmente me enxerga como um seis e no futuro como um nove; tudo
bem se você for oito e eu for dois igual a dez (e vice-versa), daqui uns dias
eu posso ser cinco e você cinco – o importante é como nos confirmamos no problema
da vez quando nem sempre formos recíprocos.