terça-feira, 19 de outubro de 2021

Um número a mais

 

Houve um período em que relutei ser só um número, hoje não mais. O mesmo número pode ser diminuído, mas somado e apesar de dividido se multiplicar. Na matemática da vida a gente dobra, triplica, dizima, zera... Existe um cálculo dentro dos sentimentos que efetuamos em conjunto ou não. Às vezes, somos ímpares, outras somos pares. Enquanto cifras mensuramos tamanho, volume, largura, abrimos e fechamos espaços – estamos abaixo do ponteiro vendo o tempo passar de camarote. Participamos de um todo mesmo quando fracionados (matemáticos não me julguem, apenas uso de metáforas). Nossa visão de mundo depende muito da nossa perspectiva.  Em que ângulo você está neste instante? Estou a 360°. Agora escrevo uma alegoria, em seguida a descrição de uma foto e amanhã circularei tudo de novo ou ao contrário. E se eu amanhecer diminuída posso parear-me com quem soma e elevar meu ânimo a décima potência ou refletir no resultado das minhas escolhas que totalizei até aqui. Não se chega a uma solução sem números. A vida é uma incógnita e isso não precisa ser desgastante. Tudo bem se atualmente me enxerga como um seis e no futuro como um nove; tudo bem se você for oito e eu for dois igual a dez (e vice-versa), daqui uns dias eu posso ser cinco e você cinco – o importante é como nos confirmamos no problema da vez quando nem sempre formos recíprocos.