quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Ajuda

Quando tudo parece não sair do lugar eu me movo internamente. Do lado de dentro procuro alternativas e não defesas. São muitos anos de terapia. E mesmo com todo esmero do mundo nem sempre consigo. Acredito que embora esteja na minha melhor fase emocional e espiritual, existem ajustes que preciso fazer em algumas veredas internas. Talvez a minha versão mais perfeita seja o inverso do que preciso, apesar de ser o meu maior desejo.  Em fim...


Admito que custei a lidar com a competência alheia de sair incólume de seus deslizes enquanto derrapo pelos meus. Inveja? Talvez. Todavia, não me alegro com a angústia dos outros em queda livre, fico é curiosa para saber como fazem para fortalecerem-se. Posso dizer que no meu solilóquio diário, aprendi que ser lacunar é o que me leva a conversar comigo. Se alguém me assiste falando sozinha não verá muito nexo nas ideias delineadas pelo conforto de minhas fantasias. Quem não as tem? Hoje, permito-me abraçar meus maiores devaneios com minha sabedoria miúda – e é aí que encontro sentido no alívio.


Aprendi, assim, que solitude não galga os degraus do sofrimento, mas, a solidão sim avança os patamares da dor – por isto para discernir entre uma e outra, às vezes, precisamos dos ouvidos de terceiros. Pausa para um salve aos psicólogos e psiquiatras. Quem sabe ao ser escutado não nos surpreendemos com o cuidado que pode levar-nos ao autocuidado? Eu tento manter o meu em exercício, inclusive: sendo cuidada. Que tal, você que lê isto, começar por aí: sendo cuidado com amorosidade e diálogo?! Pense nisso e me fala ou me escreva contando que pediu ajuda.